A mastite é um problema bastante custoso para os produtores leiteiros, tendo em vista as consequências negativas para a saúde dos bovinos.
Como vimos anteriormente, a mastite é uma doença complexa e multifatorial, que se caracteriza por um processo inflamatório da glândula mamária.
E para dificultar o diagnóstico, a mastite envolve diversos patógenos, fatores ambientais, bem como fatores inerentes ao animal.
A mastite é uma das mais frequentes infecções que acometem o gado leiteiro, levando a perdas econômicas pela diminuição na produção e na qualidade do leite, à elevação dos custos com mão-de-obra, medicamentos e serviços veterinários, além disso pode levar ao descarte precoce de animais.
Essa doença pode ocorrer de duas formas. A primeira, e mais prevalente, é a silenciosa, considerada subclínica. Essa ocasião representa 70% de todos os casos de mastite.
Em contrapartida, os outros 30% das perdas na produção devem-se à mastite clínica.
O surto de mastite clínica é extremamente preocupante. Isso porque as consequências para a saúde do rebanho são sérias.
Para esclarecer melhor as dúvidas da mastite clínica, continue a leitura deste artigo.
Acompanhe!
Em primeiro lugar, é importante salientar que os fatores relacionados ao aparecimento da mastite no bovino podem incluir: sistema de produção da fazenda, o ambiente em que as vacas são mantidas, o nível de imunidade da vaca e o tipo de patógeno invasor que causa a infecção.
Entretanto, existem duas principais causas de mastite e elas incluem:
Como citamos no início do artigo, a mastite pode se apresentar na sua forma subclínica, mas também na forma clínica. Veja as diferenças:
Por não apresentar sinais visíveis e passar despercebida pelos proprietários e pelos empregados, a mastite subclínica pode alastrar-se no rebanho, infectando outras vacas.
Mesmo silenciosa, a mastite subclínica provoca a destruição da capacidade funcional da glândula mamária, causando diminuição da produção leiteira e prejuízos à saúde do animal.
Além disso, a mastite subclínica promove alterações na composição do leite, tais como aumento na CCS e alterações nos teores de caseína, cálcio, gordura e lactose.
Nesse cenário, ocorre o menor rendimento na produção do leite e dos seus derivados e diminuindo o tempo de prateleira dos produtos.
No Brasil a ocorrência da mastite subclínica foi de 72% nos estados de Minas Gerais e São Paulo.
Por ter caráter silencioso, a mastite subclínica não desperta tanto a atenção dos produtores, dessa forma, os prejuízos podem ser enormes.
Já no caso da mastite clínica, tema principal do nosso artigo, a doença é caracterizada pelo aparecimento de edemas, aumento de temperatura, endurecimento e dor na glândula mamária ou aparecimento de grumos, pus ou quaisquer alterações das características do leite.
Sem dúvidas, a mastite clínica determina perdas elevadas por descarte do leite, gastos com medicamentos, perda funcional de glândulas e até por morte do animal.
A mastite clínica pode ser classificada em 4 níveis:
Associada a infecção por agentes ambientais do grupo dos microrganismos coliformes.
Nessa forma, os sintomas se caracterizam por inflamação muito intensa, com a presença de sinais sistêmicos, tais como febre, dispneia, hipotensão, prostração e anorexia, dentre outros.
Na forma aguda os sinais da superaguda estão presentes, entretanto, a evolução é mais lenta e os sinais sistêmicos são mais discretos.
A forma subaguda se caracteriza pela presença de grumos no teste da caneca, sendo mais discretos os demais sinais inflamatórios. Quando se torna crônica, a doença caracteriza-se por infecção persistente do úbere, que pode durar dias, meses ou anos.
Ainda, pode ocorrer sinais de fibrose dos quartos acometidos, em alguns casos acompanhados de atrofia do mesmo e presença de fístulas.
Na mastite gangrenosa, o quarto mamário afetado apresenta-se frio, de cor alterada, variando do escuro ao púrpuro-azulado e sem sensibilidade.
O quarto acometido pode apresentar-se úmido e com gotejamento constante de soro tingido de sangue.
Os microrganismos ambientais são considerados agentes oportunistas que normalmente causam surtos de mastite clínica em sua forma grave.
Os agentes ambientais de maior relevância são os coliformes e espécies de estreptococos, exceto o S. agalactiae.
Nesse cenário, a fonte principal de agentes ambientais é o próprio local onde a vaca vive.
Infecções intramamárias ambientais normalmente têm origem no período seco, e independem da presença de outras vacas infectadas pelo mesmo microrganismo.
Até então, vimos que a mastite subclínica é a mais prevalente no Brasil, mas o que fazer quando de repente ocorre um surto de mastite clínica?
Em primeiro lugar, é necessário entender quais são as causas do problema.
Para montar um plano de ação de controle de surto na sua fazenda, utilize a ferramenta FCA que faz parte do modelo de gestão Agro+Lean.
Acompanhe as dicas a seguir:
Delineie o problema
Use fatos e dados para descrever o problema. Fuja de suposições e opiniões. Além disso, preste atenção nos indicadores. É possível usar os dados para entender o problema. Então, você poderá ter uma noção do tempo que os casos começaram a ultrapassar os limites de controle.
Análise dos impactos do problema.
É necessário se perguntar qual o impacto do surto da mastite clínica para os clientes (internos e externos) e para o negócio. Mas porque essa pergunta? Bem, nós sabemos que esse não é o único problema em uma fazenda. Dessa forma, o gestor precisa organizar as prioridades a serem trabalhadas.
Se for concluído que o impacto é baixo e que existem outros problemas maiores acontecendo na fazenda, trate o que for mais urgente.
No entanto, se o surto apresentar altos impactos, é necessário priorizar o tratamento.
Vale salientar que um surto de mastite clínica pode acarretar diversas consequências, como:
As três perguntas mestras: Quando, como e com quem?
Reúna os indicadores, anomalias, relatórios e todos os fatos ocorridos ligados ao problema. De posse destas informações, analise:
Os resultados da aplicação desse método
Para ilustrar, a análise através da FCA foi aplicada em uma fazenda no estado do Paraná e foram observados os seguintes pontos:
Utilizando esse modelo de análise é possível ter um olhar mais assertivo sobre o problema. Assim, é possível procurar as causas de forma direcionada.
Quando o gestor tem um melhor entendimento acerca do problema, é possível saber por onde começar a pensar na solução.
Mesmo sabendo que a mastite clínica ocorre, principalmente, devido às causas e patógenos ambientais, a mastite contagiosa também pode acarretar no surgimento de um surto clínico.
Dessa forma, entenda as formas de controle e prevenção para ambos os casos.
De forma geral, os três princípios básicos para o controle da mastite contagiosa baseiam-se na:
Ainda, para obter o controle efetivo da mastite contagiosa, deve-se diminuir a exposição dos tetos aos patógenos.
Essa ação pode ser realizada por meio de um controle higiênico-sanitário, com os objetivos de diminuir a taxa de colonização dos tetos e desinfetar a superfície dos tetos colonizados.
Como medida de prevenção, para a desinfecção da superfície dos tetos, deve-se realizar o pré-dipping e o pós-dipping, que é a imersão completa dos tetos em solução desinfetante.
Ainda, o correto manejo da ordenha é um fator crucial para o controle da mastite contagiosa.
Dessa forma, é necessário evitar a utilização de panos ou esponjas em mais de uma vaca.
Vale salientar que é de suma importância instituir treinamento aos ordenhadores e fazer a desinfecção das teteiras após a ordenha.
Por fim, se faz necessário o monitoramento dos resultados da CCS no leite do tanque para se avaliar a eficiência do programa de controle. O ideal é que a CCS não ultrapasse 200.000 células/mL.
Para o caso da mastite ambiental, que desenvolve mais frequentemente a forma clínica, o controle gira em torno das práticas higiênico-sanitário ambiental por meio da limpeza dos pastos, estábulos e da sala de ordenha.
Dessa forma, deve ser evitado o acúmulo de fezes, esterco, água parada ou lama, principalmente nos locais de permanência das vacas.
É necessário afastar do rebanho vacas com mastite crônica e evitar a entrada no rebanho de animais com alguma infecção que possa contaminar o chão.
Um aspecto importante no controle da mastite ambiental é que ela geralmente se manifesta em rebanhos bem manejados, além disso, com baixa CCS.
Mas por que isso ocorre?
Bem, devido à alta prevalência de mastite subclínica e a alta CCS dos rebanhos com problemas de mastite contagiosa, esses bovinos tem uma certa proteção parcial contra os agentes ambientais.
Tendo em vista essa característica, então quando programa de controle de mastite for iniciado, este deve ser integral, abrangendo medidas de controle tanto de mastite contagiosa quanto ambiental.
Isso porque ao controlar somente a mastite contagiosa, pode-se obter queda significativa na CCS, seguida de surtos de mastite clínica aguda causada por patógenos ambientais.
É importante adotar algumas atitudes gerais que podem ser tomadas pelos os produtores no intuito de amenizar a sua incidência:
O diagnóstico da mastite pode ser feito de diversas formas. Contudo, o método mais eficaz é através da contagem de células somáticas (CCS).
O leite de vacas sadias sem registro de infecções da glândula mamária conta com um pequeno número de células somáticas, com cerca de 50.000 por mL.
Quando se trata do fator mastite, a doença apresenta como consequência direta do aumento no número de células somáticas, para valores acima de 250.000/mL.
Tendo em vista a eficácia da metodologia, a contagem das células somáticas é um fator determinante para detectar a mastite bovina.
É importante saber que a mastite é a infecção mais comum nos rebanhos leiteiros, causando grandes prejuízos diretos, uma vez que reduzem a produção, fertilidade, e a qualidade do leite.
Assim, ao adotar o CCS, a fazenda pode diagnosticar a mastite clínica de maneira amplificada, coletando uma quantidade grande de amostras.
Dessa forma, diminuem-se os custos para testagem, aumentando o alcance para a identificação mais rápida das vacas contaminadas.
Quer saber como melhorar ainda mais os procedimentos de controle da mastite bovina de seus rebanhos? Nós, da Somaticell pode te ajudar!
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