O período seco tem relação direta com a produção da vaca leiteira e a com a sua saúde, especialmente no que tange a prevenção e tratamento de mastite bovina.
No contexto agropecuário, o cuidado com essa e outras doenças não deve sair do seu radar de atenção. Afinal, atualmente lidamos com o aumento da exigência nos padrões de qualidade do leite que chegam aos consumidores.
Hoje o nosso foco será a mastite bovina e como essa condição compromete o gado leiteiro. Sendo assim, trabalharemos ao longo do artigo algumas definições e as formas de contenção de prejuízos. Algo que é de suma importância para criadores de gado leiteiro e para indústria do leite como um todo. Acompanhe a leitura!
A mastite bovina, também conhecida como mamite, se configura como uma inflamação nas glândulas mamárias. Sobre as causas, elas se dividem em causas ambientais e causas contagiosas. E entre elas, os agentes químicos irritantes e traumas físicos são possíveis incidentes. Contudo, a principal causa é a interação com microrganismos patogênicos como bactérias, vírus, fungos, consequência muitas vezes do manejo inadequado no momento da ordenha.
A doença chega à vaca através do canal do teto. Em seu percurso, a inflamação se inicia na glândula mamária e na sequência ocorre uma reação no organismo na investida para derrotar os microorganismos infecciosos. Essa é uma tentativa de retomar as funções saudáveis da vaca.
Mas, infelizmente, além das condições favoráveis de contaminação da glândula mamária também existem os elementos que propiciam o desenvolvimento da doença no animal no organismo.
Isso faz da doença um processo bastante comum e que costuma trazer prejuízos.
Os prejuízos são para:
É muito importante citar a relação entre a mastite e a presença de resíduos de antibióticos no leite. O risco dessa conexão assombra a produção em momento presente e futuro. Fique ligado no próximo tópico e entenda mais sobre o assunto!
Há uma subdivisão da mastite bovina que separa as categorias pela forma de apresentação da doença.
A primeira é a forma clínica, caracterizada por alterações no leite como grumos, pus, bem como sangue, sensibilidade nos tetos, edema e rubor, e na consistência do leite que fica mais aquosa.
Já na forma subclínica, a principal característica é o aumento de células somáticas. Não há alterações no leite ou na vaca o que endossa a estatística de que para cada animal que apresenta a forma clínica, existem 40 outros animais apresentando a forma subclínica.
Em certas ocasiões específicas, o tratamento com antibióticos para a mastite bovina subclínica não é acessível economicamente. Em outras poucas situações, o criador ainda precisa lidar com a baixa eficácia. No entanto tem um momento mais propício para o tratamento que é o período seco. A chamada terapia de vacas secas e o tratamento no pré-parto têm se mostrado eficientes para redução da mastite.
Contudo, deve-se sempre estar atento após o uso de antimicrobianos, pois tanto em período de lactação como no período seco, existe a carência para que não haja resíduo do medicamento no leite.
A situação explica a razão de tantos países instituírem penalidades para produtores de leite que apresentam substâncias antimicrobianas em quantidades impróprias. Acontece que a presença desses resíduos no leite é um critério crucial para a indústria de laticínios em geral, já que não se trata apenas do leite e sim da fabricação dos seus derivados também. São elementos que, além de tudo, oferecem risco à saúde dos consumidores.
A ideia não é deixar de tratar os animais com antibióticos. Até porque, de acordo com Costa et al (2000), só haverá uma quantidade prejudicial de resíduos de antimicrobianos no leite que consumimos caso haja uso incorreto e/ou abusivo de antibióticos. E quando mencionamos o uso incorreto, se trata do uso que desrespeita o período de carência do leite de animais em tratamento ou já tratados (tempo entre 3 a 5 dias), ou aplicações com posologia fora do estipulado em bula.
Em suma, a passagem de um corpo em estado saudável para um acometido de alguma doença traz inevitáveis alterações. No próximo tópico você confere as alterações da glândula mamária no período seco, período transformador para a saúde das vacas. Acompanhe!
O período seco dura aproximadamente 60 dias e é considerado a fase de recuperação do animal. A glândula mamária precisa do período seco, uma vez que esse momento deve ser usado para otimizar a produção leiteira na lactação seguinte.
Falaremos um pouco sobre as mudanças nesse período para melhor entendimento sobre as formas de prevenção e tratamento do rebanho com mastite bovina.
A primeira fase das alterações fisiológicas da vaca seca é o período de involução ativa no início do período seco. O momento é provocado pela pausa da ordenha e pelo aumento da pressão intra-mamária. Na pós secagem que marca esse período, a glândula mamária faz uma involução por 2 a 3 dias e atinge entre 75% e 80% da sua produção do dia.
Esta fase também é marcada pela diminuição de disponibilidade do ferro relacionado à lactoferrina (proteína que participa da defesa não específica da glândula em involução). A redução é perigosa pois nesse momento, existe uma competição por ferro entre as bactérias invasoras e a lactoferrina.
No geral, o que facilita novas infecções nessa fase é o aumento de volume de leite acumulado que também aumenta a pressão intra-mamária e favorece a entrada de microrganismos. Mas também podemos citar a não remoção do conteúdo da glândula e a suspensão da desinfecção das tetas como fatores que podem propiciar uma infecção por agentes patógenos.
A segunda fase é da involução constante e a duração varia segundo a duração do próprio período seco. Felizmente, nessa fase a incidência de novas infecções é inferior do que as demais. Isso é devido aos níveis mais altos de fatores antimicrobianos em associação com a baixa taxa de entrada bacteriana pelas tetas. A penetração se torna mais difícil por conta de uma tampão de queratina no orifício.
A terceira e última fase se chama lactogênese ou colostrogênese e se inicia de 15 a 20 dias antes do parto. Essa corresponde ao fim do período seco e o início da regeneração e diferenciação das células epiteliais secretoras. Além disso, há a concentração de imunoglobulinas que operam na geração do colostro.
Marca-se essa fase pela queda de linfócitos, diminuição dos níveis de lactoferrina, da atividade fagocítica dos macrófagos e da atividade polimorfonucleares. Em outras palavras, nessa etapa a vaca seca fica bastante sensível a novas infecções intramamárias.
Como já enfatizamos, o período seco é uma necessidade para o animal, entretanto, em determinadas fases, a vaca leiteira se torna mais frágil, mais suscetível à infecções por ter seu sistema imune suprimido. É importante prevenir a mastite bovina durante esse período e manter a sanidade dos animais, para ter todos os quartos mamários aptos para produção máxima na próxima lactação, e com baixa CCS .
Confira algumas medidas para prevenir a mastite no seu rebanho:
A limpeza antes da ordenha, o pré-dipping, deve ser feita depois do teste da caneca. E por fim, a limpeza depois da ordenha, o pós-dipping, deve ser feita após a remoção do equipamento de ordenha. Para a desinfecção, o ordenhador deve priorizar produtos com ação bactericida e mergulhar as tetas por completo nas soluções de limpeza para garantir a ação eficiente do produto.
É preciso avaliar com cuidado a situação como um todo para concluir como evitar a transmissão dos patógenos se já houver casos de infecção. Em boa parte dos casos o descarte e a separação por lotes das vacas infectadas vai reduzir a transmissão porque algumas vacas se tornam fontes de infecção para outras ainda saudáveis. Se julgar válido, realize o tratamento em toda a criação durante a secagem. Aproveite que nesse período há também maiores taxas de cura efetiva de mastites subclínicas.
Já mencionamos a importância da segregação. Ela salva o rebanho e impede muitos prejuízos quando feita a tempo, contudo, isso deve ser feito de forma responsável. As vacas separadas ainda precisam receber atenção, então sua localização deve ser prudente. O manejo também envolve a preparação da vaca para a lactação seguinte a fim de que seja um momento livre de doenças e transtornos.
Esses registros precisam ser revisados como forma de prevenção. Desse modo, você pode comparar o primeiro teste após o parto e o último teste na lactação anterior. Na comparação você analisa se houve redução efetiva de infecções ou prevenção de novas infecções na secagem.
A todo momento esse ambiente deve receber cuidados, no entanto, espera-se uma atenção especial nas poucas horas que antecedem e sucedem a ordenha. É fundamental que elimine-se a presença de barro ou matéria orgânica, pois são fatores de risco. O ideal é que seja um espaço limpo, arejado e seco, frisando que o animal precisa ter acesso à água fresca, boa alimentação e sombra.
O cuidado com o ambiente no momento de ordenha também deve se estender aos equipamentos. Eles devem passar por manutenção regularmente, estar limpos e é preciso utilizar os produtos segundo as instruções.
O período seco é o melhor momento para tratamento de mastite em casos subclínicos. A recomendação para curar a doença e prevenir novas infecções é o uso de antibiótico intramamário 60 dias antes da data prevista de parto.
Com o intuito de evitar todos os prejuízos que já debatemos, siga os seguintes passos:
Como visto nesse artigo, a terapia da vaca seca merece atenção e destaque. Apesar do seu teor preventivo, o uso da terapia no tratamento da vaca no momento final da lactação é uma forte ação para eliminar riscos de novos casos de mastite durante o período. O procedimento requer produto e manejo adequado.
Você quer ainda mais melhorias para procedimentos de prevenção e tratamento de mastite bovina? Saiba que a Somaticell tem tudo para te ajudar, desde soluções de diagnóstico até informações preciosas sobre o tema. Assim, sua cadeia produtiva de leite terá a qualidade que você tanto deseja.
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