Os resíduos de antibióticos presentes no leite são uma preocupação para os produtores em uma escala mundial. Isso ocorre porque existe um controle de qualidade que prevê a regulamentação desses níveis de substâncias no leite.
Claro que sem esquecer que o excesso desses resíduos pode prejudicar as indústrias que recebem o leite, visto que podem alterar as características do produto.
Além disso, o consumidor final pode sofrer sérios problemas de saúde ao ingerir um alimento fora dos parâmetros que a lei exige em relação aos resíduos de antibióticos. Nesse viés, as indústrias voltadas para os produtos lácteos estão de olhos abertos para a detecção de resíduos de antibióticos a fim de reduzir a incidência de produtos alterados.
A presença de resíduos de medicamentos, como antiparasitários, bem como antimicrobianos pode ser comum no leite coletado. Entretanto, as quantidades não devem exceder os valores pré-estabelecidos na legislação brasileira.
Desse modo, vale salientar que as diversas vias de administração de antibióticos podem ocasionar resíduos no leite.
Ou seja, além do tratamento intramamário, o uso de antibióticos injetáveis via intramuscular, por infusão uterina ou mesmo via oral pode gerar a presença desses resíduos.
Diante dessa realidade, neste artigo destacamos procedimentos essenciais para evitar resíduos de antibióticos no leite, fazendo a correta aplicação deles.
Para entender melhor todo o cenário, abordaremos nesse artigo os seguintes tópicos:
Acompanhe a leitura e saiba como evitar esses incidentes!
As vacas leiteiras passam por uma série de doenças infecciosas ao longo da sua vida produtiva. Entre as infecções que mais acometem esses animais, a mastite é a campeã de presença.
Diante desse cenário, os antibióticos desempenham um papel importante para evitar que esses bovinos desenvolvam complicações decorrentes das infecções.
Qualquer infecção bacteriana, como conjuntivite, feridas ou infecções de pele, pode receber antibióticos para o tratamento. Essas substâncias químicas têm como papel matar ou inibir o crescimento de microrganismos que causam patologias em humanos e nos animais.
O uso dos antibióticos é uma arma bastante eficiente para o controle e a erradicação de doenças, quando utilizado de forma adequada e sob prescrição. Mesmo sendo tão efetivo, é necessário fazer o uso de forma racional.
É importante ter consultoria veterinária, pois esse profissional realiza o diagnóstico correto para sugerir o antibiótico mais adequado.
Quando o tratamento é feito de forma irresponsável, sem acompanhamento veterinário, é possível desencadear diversos problemas para a saúde pública, como a resistência antimicrobiana, responsável pelo aparecimento de superbactérias.
Para o tratamento de quaisquer infecções bacterianas ou parasitárias que utilizam antimicrobianos, independente da via de administração, pode haver resíduos desses medicamentos no leite, mesmo em pequenas quantidades.
As vias mais comuns de administração em bovinos são a intramamária, a intrauterina, a oral, e a intramuscular ou pela pele.
Nesse cenário, esses antibióticos são absorvidos pela corrente sanguínea após a aplicação e depois podem passar para o leite.
Os antibióticos estão presentes no leite da vaca que está em processo de tratamento e essas substâncias podem ocasionar problemas diversos.
Entre eles, podemos citar:
Os antibióticos presentes no leite ocasionam a inibição de bactérias lácticas, mesmo que parcialmente.
Mesmo que esse leite passe por um processo de pasteurização, a atividade dos antibióticos não é menor. Eles não são eliminados pela alta temperatura e somente traços dessas substâncias podem inibir as bactérias de fermentos lácteos.
Isso já é um impacto grande, tendo em vista que podem alterar o processo de fermentação, reduzir o pH, além de comprometer a qualidade dos derivados desse leite, podendo ocasionar a parada total e perda do produto na fabricação de queijos.
Além disso, com o desequilíbrio da microbiota normal do leite, bactérias patogênicas e coliformes têm a oportunidade de crescer nesse produto.
Geralmente, boa parte da população humana está exposta a baixas doses de resíduos de antibióticos no leite. Entretanto, a longo prazo, podem ser notados efeitos graves.
A presença de resíduos de antibióticos pode fazer a seleção de cepas de bactérias resistentes nos seres humanos, bem como matar bactérias naturais no trato intestinal, gerando um desequilíbrio na flora intestinal.
A resistência bacteriana é um assunto bastante tratado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) tendo em vista seu grau de relevância para a saúde pública.
Isso porque essa resistência tem feito drogas que eram ditas como tratamento ouro se tornarem ineficientes para o combate de microrganismos patogênicos.
Dessa forma, o resultado é um aumento nas taxas de mortalidade e morbidade na população, com as mais diversas enfermidades com tratamentos ineficazes.
Os resíduos de antibióticos também podem gerar hipersensibilidade e choque anafilático em seres humanos.
Existem pessoas bastante sensíveis a antibióticos, que desenvolvem diversas reações desagradáveis após a ingestão de leite contaminado.
Pode-se utilizar muitos antibióticos nos bovinos, entre eles, a penicilina.
Nesse cenário, 5 a 10% da população mundial são hipersensíveis a esse medicamento, então quantidades muito pequenas no leite são suficientes para desencadear um processo alérgico.
No quesito de riscos toxicológicos, os consumidores mais prejudicados são as mulheres gestantes.
Isso porque o feto exposto a esses resíduos de antibióticos pode sofrer com os efeitos teratogênicos desses medicamentos.
Além disso, o leite contaminado pode ocasionar uma toxicidade e alterações no desenvolvimento ósseo fetal.
Não podemos nos esquecer que, além dos prejuízos para as indústrias de laticínios e para os consumidores finais, os resíduos de antibióticos podem gerar riscos ambientais.
Esse perigo se deve ao fato de que os resíduos vão para os meios aquáticos durante o descarte, quando detectada a presença dessas substâncias, por exemplo.
Condições que ocasionam a presença de resíduos de antibióticos
A presença de resíduos de antibióticos no leite pode ter como influência diversas condições dentro da cadeia produtiva. Entre elas, as principais são:
A mastite é uma inflamação do úbere causada por uma variedade de micróbios, principalmente bactérias, que ganham acesso ao interior da glândula mamária. Nas propriedades de produção, os microrganismos que causam a mastite são um grande problema para esses produtores, visto que são bastante comuns.
Para tratar essa condição, antibióticos são prescritos para esses bovinos pelos profissionais veterinários que acompanham o rebanho. Entretanto, a grande questão é que a falta de controle da mastite do rebanho gerará a administração excessiva de antibióticos em muitas vacas ao mesmo tempo.
Nesse sentido, é óbvio que resíduos desses antimicrobianos podem ser encontrados no leite ordenhado.
Os resíduos de antibióticos são ainda mais evidentes quando as vacas recebem tratamento inadequado, fugindo das recomendações da bula.
Entre as ações mais impróprias que ocorrem, podemos citar a superdosagem, duração fora do recomendado ou o tratamento de vaca seca durante a lactação. Tudo isso pode ocorrer quando o produtor tenta tratar as vacas por conta própria, sem consultar um médico veterinário.
É necessário que a higienização e sanitização do local em que as vacas são tratadas seja feita de forma correta.
Isso porque é possível acontecer uma contaminação do ambiente com leite contendo resíduos de vacas em tratamento.
Por isso, os produtores devem estar atentos para que a ordenha e o descarte do leite de vacas em início de tratamento e dentro do período de carência de eliminação do antimicrobiano não interfira no processo de operação da ordenha de outros animais e nem contamine o tanque de leite.
Em um equipamento de ordenha, os resíduos de um leite contaminado podem contaminar o leite de outras vacas.
Dessa forma, a higienização desses equipamentos é de suma importância.
As vacas que estão em tratamento devem ser separadas daquelas saudáveis.
Quando não ocorre a diferenciação, seja pela marcação desses animais ou troca de ambiente, é possível que o profissional que ordenha as vacas retire, acidentalmente, o leite das vacas em tratamento.
O período de carência é um ponto fundamental de atenção quando desejamos reduzir os resíduos de antibióticos no leite.
Esse período é estabelecido de acordo com os limites máximos de resíduos de antibióticos permitidos no leite.
Atualmente, quem define esses valores são a FAO (Food and Agriculture Organization) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esses períodos de carência dos antibióticos estão descritos na bula do medicamento veterinário, e devem ser respeitados para evitar a ocorrência de resíduos no leite.
Vários fatores podem influenciar na duração do período de carência, entre eles:
Então, por exemplo, os antimicrobianos utilizados pela via de administração intramamário durante a lactação tem uma liberação rápida, com uma carência entre 2 e 6 dias. Já nas formulações para vacas secas, a liberação é lenta, ou seja, o período de carência pode ser bem maior.
Se você deseja evitar os resíduos de antibióticos, sem dúvidas, o primeiro local onde se deve ter atenção e cuidado é a fazenda. Essa ação básica precisa começar no centro do problema, utilizando esses antibióticos de forma racional, com a consultoria de veterinários.
Para isso, siga essas recomendações essenciais que separamos para que o leite da sua propriedade seja o mais puro e original possível:
As indústrias que desenvolvem os medicamentos veterinários têm toda uma preocupação e realizam testes bastante incisivos para atestar a eficiência e eficácia dos produtos.
Nesse sentido, as bulas são manuais explicativos que devem ser seguidos à risca, tendo em vista que esse material contém informações imprescindíveis para o tratamento.
O produtor precisa conhecer o tipo de medicamento que vai administrar no rebanho, além disso, deve verificar se na bula está presente as seguintes informações:
Os antibióticos para humanos não apresentam informações acerca do período de descarte do leite. Nesse sentido, é errado tentar tratar animais às cegas.
É importante saber que, dados como dosagem, recomendações de uso, e via de aplicação são elucidados nessas bulas de medicamentos tendo como foco humanos.
Por isso, respeite as particularidades de cada antimicrobiano e utilize no seu rebanho medicamentos de uso veterinário para bovinos.
É possível classificar os antimicrobianos em dois tipos: para vacas em período seco e em lactação. Então, no momento do armazenamento, é importante separar essas duas classes, para não confundir e administrar antibióticos de vacas secas em lactantes.
Essa preocupação se deve ao fato de os medicamentos para vacas secas terem maior concentração.
Dessa forma, é possível encontrar mais resíduos de antibióticos no leite de uma vaca lactante que recebeu o tratamento incorreto.
Aplicações intramamárias são bastante delicadas e devem ser feitas por um profissional com capacitação.
O grande risco existente é devido à possibilidade de inoculação de outros microrganismos presentes no ambiente.
Então, para não complicar ainda mais o quadro existente, o procedimento deve ser feito da seguinte forma:
Após o procedimento feito na glândula mamária, é de suma importância realizar a desinfecção do teto por imersão com um desinfetante efetivo.
Atenção: Nunca utilize a mesma cânula para tratamento de várias vacas. Isso pode acarretar em novas infecções com patógenos do ambiente.
As vacas que receberam tratamento precisam separar-se das vacas saudáveis, para evitar a ocorrência da contaminação do leite de todo o rebanho.
Imagine perder um tanque inteiro de leite devido a contaminação por duas ou três vacas que estão em tratamento?
Não seria um cenário bom para o produtor, não é mesmo? Por isso a gerência da fazenda precisa ter o controle dessas vacas em tratamento.
Devem ser feitas anotações que incluam:
Todas as vacas em tratamento precisam receber identificação, para evitar enganos durante a ordenha.
Mesmo que o antibiótico tenha sido aplicado em apenas um quarto, o leite dos quatro quartos deve ser descartado. Isso porque o antibiótico é absorvido pela corrente sanguínea, sendo secretado por todos eles.
A dosagem e a via de aplicação tem sua especificação na bula e é preciso segui-las estritamente.
Caso haja a necessidade de aumentar o período de tratamento, é de suma importância buscar orientações com o Médico Veterinário responsável pelo descarte do leite.
Quanto à via de administração, cada formulação tem um modo específico de absorção. Por isso, não tente macerar um comprimido de via oral para colocar direto na pele ferida do bovino, os efeitos farmacológicos não serão maiores dessa forma.
Respeite sempre as recomendações para ter sucesso no tratamento dos bovinos.
Os antimicrobianos são absorvidos pela corrente sanguínea do animal e sempre que houver a administração desses medicamentos, é possível encontrar traços da eliminação deles no leite até que seja totalmente depurado.
Mesmo diante dessa realidade, com boas práticas na cadeia produtiva, é possível evitar esses resíduos de antibióticos no leite.
Nesse artigo, você pode ver quais ações tomar para ter um produto com maior qualidade e livre de contaminações.
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