Todos os dias, a comunidade leiteira se esforça para fazer as coisas de forma responsável; desde cuidar das vacas do rebanho até ter certeza de que seu leite é um alimento seguro para o consumidor e de qualidade.
Parte importante desse processo é garantir que o leite que chega aos laticínios e ao consumidor é livre de resíduos de antibióticos e outros contaminantes.
Às vezes é necessário que os produtores de leite trabalhem com veterinários para tratar suas vacas com antibióticos quando estão doentes, assim como às vezes precisamos de medicação quando estamos doentes. No entanto, existem rigorosos padrões e protocolos governamentais que garantem que não haverá resíduos de antibióticos no leite que você compra na loja.
Além disso, há uma preocupação bastante recorrente entre os produtores de leite. Eles muitas vezes se pegam perguntando o seguinte: as bactérias que causam mastite se tornam resistentes à antibióticos?
Vamos entender essa questão!
Nos humanos, utilizam-se os antibióticos para combater infecções bacterianas como tuberculose, tétano, gonorreia e sífilis. Além de doenças como pneumonias, faringites e laringites quando originadas por bactérias.
Antibióticos têm sido usados em humanos e animais desde muito tempo atrás. Seu uso melhorou significativamente o crescimento global, o desempenho, a produtividade e reduziu as chances de doenças e eventos relacionados à saúde em animais.
Assim, seu uso em animais nos concedeu produtos de origem animal nutritivos de boa qualidade, seguros e de baixo custo. Como leite e carne.
Embora sejam muito eficazes no combate a essas infecções, os antibióticos não têm nenhum efeito em doenças causadas por vírus ou fungos. É por isso que não adianta usar antibióticos para gripes e resfriados.
O primeiro antibiótico – a penicilina – foi descoberto por acaso pelo bacteriologista Alexander Fleming em 1928. E foi a partir dele que se desenvolveram outros medicamentos destinados a combater as infecções bacterianas. Embora o objetivo deles seja o mesmo, os antibióticos podem agir de formas diferentes, por exemplo:
Como as bactérias são muito diferentes entre si, nem todas as espécies são vulneráveis a um mesmo antibiótico. Essa é a resistência bacteriana natural, uma característica de todos os microrganismos pertencentes àquela espécie em questão.
O problema maior, porém, surge quando a bactéria “aprende” a não ser afetada pelo medicamento – a chamada resistência bacteriana adquirida.
As bactérias têm uma incrível capacidade de adaptação ao meio e são bastante sujeitas a desenvolver mutações genéticas. Por isso, ao serem expostos aos antibióticos de forma indiscriminada, esses microrganismos encontram maneiras de se defender contra o efeito desse medicamento.
Assim, algumas bactérias se tornam capazes de expulsar as moléculas do antibiótico de dentro de seu corpo. Outras modificam a estrutura onde o medicamento fazia sua ligação química para causar seu efeito. E um terceiro grupo passa a produzir enzimas que destroem o remédio antes mesmo de haver o contato.
A resistência bacteriana acontece, portanto, quando um microrganismo causador de uma infecção deixa de responder a um tratamento que antes funcionava. E essa é uma ameaça terrível para toda a humanidade.
Para piorar a situação, as bactérias conseguem transmitir essas mutações genéticas para suas outras, dando origem a toda uma linhagem resistente. Além disso, pode haver a transmissão de genes de resistência entre esses microrganismos, inclusive entre bactérias de espécies diferentes.
À medida que esses mecanismos foram sendo descobertos, também foram desenvolvidos antibióticos mais potentes ou combinações de medicamentos capazes de driblá-los. Contudo, não poderemos contar com esse recurso para sempre por dois motivos principais.
O primeiro deles é que os novos antibióticos podem ter efeitos colaterais muito tóxicos, pois eles são mais agressivos também para as bactérias benéficas que habitam nosso corpo e oferecem proteção natural contra microrganismos causadores de doenças.
O segundo motivo é que a capacidade de adaptação das bactérias é tão grande que, com o tempo, elas desenvolvem mecanismos de resistência até mesmo contra os antibióticos de última geração. Conhecidos como superbactérias, esses microrganismos reduzem as possibilidades terapêuticas, gerando tratamentos mais longos, mais caros e menos eficientes.
O uso indiscriminado de antibióticos na criação animal e as infecções hospitalares são fatores que contribuem para o aumento da resistência bacteriana, e talvez você não possa fazer muita coisa em relação a isso. Porém, o que está ao alcance de todos é primar pelo uso correto desses medicamentos.
Qualquer tratamento com antibiótico é um fator que aumenta o risco dessa ameaça, por isso eles devem ser utilizados somente quando há necessidade comprovada.
Interromper o tratamento também é um problema, uma vez que essa prática pode levar a uma “seleção natural” das bactérias: aquelas que forem mais fracas terão sido destruídas, mas ainda vão restar as mais fortes – que ainda precisam ser expostas ao antibiótico por mais algum tempo até serem eliminadas.
Com a diminuição da população total de microrganismos no local da infecção, as sobreviventes têm mais recursos e espaço para se multiplicar, transmitindo essa característica de resistência às suas descendentes. Dessa forma, o paciente pode voltar a ter os sintomas, em um quadro ainda mais difícil de tratar.
Agora que você sabe por que as bactérias se tornam resistentes aos antibióticos, fica mais fácil entender as preocupações sobre o uso de antibióticos em vacas leiteiras.
As vacas leiteiras experimentam, portanto, uma série de doenças infecciosas onde os antibióticos literalmente desempenham um papel importante para evitar que as vacas leiteiras desenvolvam mais complicações. Por exemplo, mastite (inflamação do úbere) e outras doenças infecciosas reprodutivas e do sistema requerem antibióticos.
A mastite bovina, em especial, é uma doença importante na bovinocultura de leite, devido à sua alta incidência e perdas econômicas associadas principalmente com a produção de leite reduzida e aos custos do tratamento.
Vacas leiteiras em qualquer estágio podem se infectar com qualquer infecção bacteriana, como conjuntivite, qualquer tipo de ferida, infecções de pele e muito mais. E nesses casos, elas precisam de tratamento antibiótico para voltar à sua vida normal.
O uso de antimicrobianos para o tratamento de casos clínicos e no período seco, por outro lado tem levantado preocupações quanto à seleção de cepas bacterianas resistentes.
Isso também pode refletir na saúde pública, uma vez que bactérias resistentes, como o Staphylococcus aureus meticilina-resistente (MRSA), podem ser transmitidas aos seres humanos por contato direto com animais infectados ou produtos lácteos.
Porém, em regra, a resistência das bactérias aos agentes antimicrobianos aumenta devido ao mau uso de antibióticos e tratamentos ineficazes.
O uso sem critério de antimicrobianos vem sendo apontado como agravante na resistência a antibióticos. A resistência bacteriana a antimicrobianos é um fenômeno natural, porém o uso indiscriminado desses fármacos causa uma aceleração no surgimento de cepas resistentes.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2050, a resistência causará 10 milhões de mortes humanas anualmente e considera-se um dos dez maiores problemas da saúde pública global.
Pensando em produção animal, infecções por microrganismos resistentes têm menor chance de cura, o que leva a maiores prejuízos para o produtor. Além disso, de acordo com o conceito de Saúde Única, as saúdes humana, animal e ambiental estão interligadas, logo, o desenvolvimento de cepas resistentes na produção animal pode representar um risco para a saúde humana.
Assim sendo, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) recomenda o uso prudente e responsável dos princípios ativos antimicrobianos, a fim de garantir que permaneçam eficazes. Além disso, ressalta que, para combater essa questão, é necessária uma ação feita entre os setores humano, animal e ambiental.
Aplica-se os antibióticos nas vacas leiteiras de diferentes formas, incluindo injeção, oral, mistura em ração/água etc. Não se pode ignorar a importância dos antibióticos para tratar muitas infecções mortais em vacas leiteiras.
Mas seu uso excessivo ou inferior também cria uma série de problemas para os humanos e animais. Devido ao seu uso inadequado, as bactérias criam resistência. Essa resistência a antibióticos está se tornando uma preocupação para humanos e animais e vem se tornando um desafio para veterinários e agricultores curarem as infecções bacterianas.
Os antibióticos só devem ser usados sob supervisão veterinária. Um veterinário fará um diagnóstico e sugerirá o antibiótico preferível em uma dose apropriada.
Também é importante ler todas as instruções escritas no rótulo com a devida atenção. É preciso prestar cuidados especiais ao período de retira, considerando o tempo mínimo da administração da última dose de antibiótico até a produção de leite.
O uso de antibióticos em animais produtores de alimentos resultou em animais mais saudáveis e produtivos; menor incidência da doença e redução da morbidade e mortalidade em humanos e animais; e produção de quantidades abundantes de alimentos nutritivos, de alta qualidade e de baixo custo para consumo humano.
Apesar desses benefícios, há uma preocupação considerável da saúde pública, da segurança alimentar e das perspectivas regulatórias sobre o uso de antimicrobianos em animais produtores de alimentos.
Nas últimas duas décadas, o desenvolvimento da resistência antimicrobiana resultante do uso agrícola de antibióticos que poderiam impactar o tratamento de doenças que afetam a população humana que necessitam de intervenção com antibióticos tornou-se uma preocupação significativa para a saúde pública global.
É evidente que o uso de antibióticos em vacas leiteiras adultas e outros animais produtores de alimentos contribui para o aumento da resistência antimicrobiana, mas embora isso ocorra, as vantagens do uso de antibióticos em vacas leiteiras adultas superam em muito as desvantagens, quando corretamente utilizados.
Afinal, o que aconteceria se os antibióticos fossem proibidos de uso na indústria leiteira e em outros animais produtores de alimentos? As implicações dessa questão são de longo alcance e incluem aspectos como bem-estar animal, saúde, impactos na quantidade de alimentos, qualidade e custos alimentares, entre outros.
Em produção animal, é preciso conscientizar sobre a utilização de antibióticos, se atendo ao uso racional. Ou seja, apenas quando se faz necessário, utilizando o princípio ativo que mais se adequa para cada situação, com dose e frequência corretas. Como já dito, a exposição desnecessária ou não criteriosa dos microrganismos aos agentes antimicrobianos estimula a emergência de bactérias resistentes.
Nossas soluções contemplam em seus serviços um plano de trabalho para identificar testes eficientes de resíduos antibióticos no leite e a metodologia de ponta.
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